terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Malditos Sean! (Argentina, 2011)


Melhor Longa de Horror, Melhor Longa Vítima e Melhor Longa Vilão - estes foram os prêmios que Malditos Sean! conquistou no festival Cinefantasy. Conforme já havia dito na resenha de Sudor Frio - me surpreendi com a qualidade técnica dos hermanos - esse foi o último e mais bizarro filme que vi no festival.

O filme é dividido em três momentos diferentes, que giram em torno de Ulisses, um curandeiro - na verdade mais para um bruxo - poderoso e vingativo. Em uma história, um matador contratado tenta se livrar do tormento da alma de um garoto morto por suas mãos, em outro momento - videntes tentam se livrar de um demônio que acompanha um simples homem que só queria ter mais sorte na vida. Enquanto Ulisses estava na cadeia, um grupo de policiais tenta salvar outro que desapareceu quando o bruxo era preso - o problema é que anões de jardim são ótimos para guardar coisas, inclusive maldições - em paralelo, Ulisses tenta escapar da prisão com ajuda de outros detentos, e sua vítima acaba sendo o delegado através de uma maldição bizarra.

Do humor negro ao bizarro - o filme tem uma produção impecável - a fotografia acinzentada em meio a um cenário sujo - belas atuações de todo o elenco - desde os caricatos policiais da década de 70, as videntes perseguidas por um demônio sanguinário. O roteiro é redondinho ligando as histórias paralelas e seus personagens - Ulisses tem motivos para ajudar uns e se vingar de outros.

Vale destacar o clima sombrio e agonizante do primeiro episódio, quando o fantasma do garoto atormenta o capanga - o humor negro do segundo episódio, onde o personagem interpretado por um dos diretores (o Mazzaropi, conforme disse Ivandro Godoy) tem um ato de heroísmo bastante peculiar para salvar sua amada das garras do Demônio, no momento mais hilário do longa -  por fim a maldição que é lançada sobre o delegado, tanto que rendeu o prêmio de melhor vítima para esse personagem.


Os diretores utilizam da regionalidade e de crenças locais para construir os personagens - videntes que vêem o futuro em borras de café; bruxarias; demônios - uma mistura de gêneros que impressiona pela criatividade do roteiro, e na mão pesada da direção. O Cinema Argentino Fantástico tem muito a mostrar para o mundo, assim como nós brasileiros - que sigamos o exemplo dos hermanos, e que seja dado o devido apoio e reconhecimento que esse gênero de filme merece por aqui.

Diretores: Fabián Forte, Demian Rugna
Elenco: Carlos Larrañaga, Hugo Halbrich, Simon Ratziel, Pablo Palavecino, Demián Salomón, Pedro Di Salvia, Victoria Almeida, Silvia Trawier, Lizzy Pane, Carlos Segane, Gabriela Mocca, Cucho Fernández, Víctor Cura, Natalia Señorales e Paula Bouquet Roldán.

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