terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Filha do Mal (The Devil Inside)

Quando vi o trailler de Filha do Mal pela primeira vez - eu pensei - pqp, taí um filme de terror bacana, vamos começar o ano bem, afinal, continha algumas cenas bem tensas - desconfiei quando vi a censura - 16 anos - enfim, foi a primeira decepção do ano. O currículo do diretor William Brent Bell não é dos melhores, entre as três produções que assina está o fraco Stay Alive - Jogo Mortal.

O filme aborda o tema do exorcismo, o melhor exemplar deste, é o famoso O Exorcista de 1973 - outro filme pouco conhecido por aqui, mas extremamente perturbador é o italiano L'anticristo de 1974 - outros mais fracos, mas pelo menos mais honestos são O Exorcismo de Emily Rose e O Último Exorcismo.

Narrado em forma documental, aliás, um "mockumentary" (falso documentário) - a trama mostra Isabella Rossi (Fernanda Andrade), que pesquisa o que levou a mãe a cometer um triplo assassinato há 20 anos atrás. Sua pesquisa a leva a Itália, onde sua mãe está internada - ao descobrir que Maria  está possuída, tenta salvá-la com a ajuda de dois padres que praticam exorcismos por conta própria, sem autorização da igreja.

O roteiro preguiçoso, é assinado pelo diretor em parceria com Matthew Petermen (que também escreveu Stay Alive); não desenvolve a história, se apóia em diálogos clichês cansativos, nunca saindo do lugar, totalmente previsível. O diretor peca também por não saber trabalhar com o estilo "mockumentary" - utilizando efeitos de edição, que tiram o teor de realidade que o filme tenta passar - sabe aquelas cenas que o fantasma vem andando devagar, de repente ele dá uma acelerada e quase engole a tela com a boca?, então, é disso que estou falando. Efeitos sonoros também atrapalham, muito "PAM" para dar um susto barato no espectador. Em certos momentos do filme, eu pensei estar assistindo Big Brother, onde os personagens dão depoimentos em frente a câmera, falando mal uns dos outros. Tudo isso se desenrola para um final patético e preguiçoso, assim como a direção e o roteiro.

A brasileira Fernanda Andrade não consegue se firmar como protagonista, sua atuação é tímida, e em cenas que exigem uma melhor performance, ela deixa a desejar - a dupla que representa os padres (Simon Quarterman e Evan Helmuth) segura a onda - o destaque do elenco fica por conta de Suzan Crowley, que interpreta Maria Rossi (mãe de Isabella), as poucas cenas em que ela aparece, são as que salvam.

O filme tem seus bons momentos, a cena do primeiro encontro entre Maria e Isabella é pavorosa - também há o exorcismo de Rosa, que é bem tenso; e por fim a cena do batismo - todas elas vistas no trailler, acabam por perder o impacto que deveriam causar no filme. Sinceramente, prefiro ver Reagan vomitando na cara do Padre Merrin em O Exorcista, do que perder meu tempo com diretores picaretas.



Dirigido por William Brent Bell
Escrito por William Brent Bell e Matthew Peterman
Elenco: Fernanda Andrade, Simon Quarterman, Evan Helmuth e Suzan Crowle.


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