quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Diário de Bordo CineFantasy - Dia 29/11

Segundo dia de Cinfantasy, começou aqui a verdadeira maratona de filmes - a Srta. Pri Ruiz ficou responsável por nos transportar para lá e pra cá, afinal tivemos sessões exclusivas e outras nas salas. Neste dia, assistimos a 4 filmes: O brasileiro O Guri, o argentino Sudor Frio, o americano #12 e o inglês Harold's Going Stiff.


O Guri (Brasil, 2011)


O Guri é um filme gaúcho, dirigido por Zeca Brito. Narra a história de Lucas, uma criança que mesmo antes de nascer, já era tachada como "amaldiçoada" por sua tia. O garoto cresce em um ambiente onde as mulheres aprenderam a sobreviver sozinhas, já que praticamente todos os homens estão em uma guerra. Lucas passa seus dias caminhando pelas lindas paisagens, pelas enormes pampas gaúcha, solitário, uma vez que não recebe atenção de sua mãe, e é rejeitado pela criada. Resta ao guri, descobrir a si mesmo sozinho, porém as coisas mudam com a chegada de sua tia. Em meio a manipulações e desejos, somos levados a crer no mito dos lobisomens. O filme merecidamente ganhou o prêmio de melhor trilha sonora no Cinefantasy - as belas músicas intercalam com as lindas paisagens e contrastam com a história de solidão, abandono, sofrimento dos habitantes da região.




Sudor Frio  (Argentina, 2011)

O cinema argentino ganhou visão nos últimos anos com o prêmio no Oscar, do belo Los Segredos de Tu Ojos. Porém filmes "do gênero", ainda são desconhecidos por aqui. O que me surpreendeu foi a qualidade técnica, impecável. Sudor Frio começa com o jovem Roman espionando sua ex-noiva, com ajuda de sua amiga Ali, estão em frente a uma velha casa, onde supostamente ela está com um cara que conheceu na internet. Ali, sua amiga flerta com o rapaz do chat, o mesmo que supostamente estaria com sua noiva, o que os dois não sabem, é que estão prestes a cair em uma armadilha. Dentro da casa escura, Roman e Ali descobrem dois senhores torturando uma jovem, daí tem começo a cenas de extrema tensão. Usando nitroglicerina, os velhos psicopatas prendem as jovens e as obrigam a resolverem questões matemáticas e lógicas. Roman, após salvar Ali, descobre sua ex-noiva encoberta de nitroglicerina - qualquer falha, pode causar uma explosão e matar a noiva e a si mesmo, para isso é preciso extremo cuidado para mover a garota, e levá-la a um lugar onde possa neutralizar a substância. O filme se perde a alguns elementos que são adicionados na história, porém não tem espaço para serem explorados, como as garotas zumbis, e os vizinhos traficantes. Boas atuações do elenco (marmanjos ficam de boca aberta com as belas atrizes), e uma trilha sonora frenética dão rítimo ao filme, que mesmo com algumas cenas inverossímeis, o diretor Adrián García consegue um bom resultado; Sudor Frio é um belo exemplar do cinema do gênero argentino e um exemplo para o cinema nacional.



#12


Eduardo Santana (Organizador do festival), contou uma história interessante sobre este filme; recebeu apenas um dvd, com a marcação em caneta #12, sem mais nenhuma informação adicional. Assistiu, ao que parecia ser um Snuff Movie, no final, apenas a exibição de um site, com vários videos que vão do #1 ao #11, ou seja, cada vítima tem número. Ao pesquisar, conseguiu descobrir os responsáveis e assim, as informações necessárias para a exibição no festival. Ah, esqueci de falar, não se trata de um Snuff Movie real. 

O filme começa quando uma câmera é ligada por um homem, que lendo o recado de "ligue-me", acha que foi deixada por sua esposa, com a câmera na mão, procura por ela, porém é abordado por alguns homens, que sequestraram sua esposa - e o obrigam a filmar, o que seria um snuff movie. O homem sai desesperado cumprindo as ordens dos homens, entre elas sequestrar uma conhecida prostituta - levando-a a um prédio abandonado, onde ela é submetida a torturas que ele teria que filmar, sob a ameaça de vida de sua esposa. 

Uma idéia fantástica para um filme - porém fica menos interessante quando muda para fuga dos homem e da prostituta pelo prédio, as cenas até geram uma tensão, mas fica parecido com muitos filmes "câmera na mão" que já vimos, além de não cumprir a proposta de um snuff movie que é de chocar o expectador. O final com a propaganda da "produtora" de filmes é sensacional. Segue o site http://www.renegade.cm.



Harold's Going Stiff (Inglaterra, 2010)


O Solitário Harold Gimble sofre de uma doença neurológica que afeta os membros e suas junções, deixando-o com dores e dificuldade de locomoção, conhecido por ser o primeiro a contrair essa doença, a mesma parece ter o efeito mais lento nele do que nas outras pessoas. O problema é que a doença em estado avançado torna as pessoas agressivas, que passam a serem rotuladas como zumbis, causando pânico na população. Um trio de 'caçadores' persegue e mata estes, com a desculpa de frear a disseminação da doença, mas na verdade parecem gostar de espancar os "zumbis"; e tem como alvo principal, Harold. No meio dessa confusão, surge a figura de Penny, uma enfermeira disposta a ajudar Harold, e durante as sessões de tratamento surge uma bela amizade, já que a enfermeira também é solitária e encontra no paciente, um amigo com quem pode contar todas as suas decepções amorosas. Harold se submete a ser cobaia de um tratamento médico que pode curar, porém avança o estado de sua doença. Narrado de forma documental, o filme mostra diversas formas de comportamento de seres humanos em frente a uma crise, há quem quer ajudar, há quem quer entender e há quem quer resolver tudo na força bruta. Se houvesse no festival, prêmios para melhor ator e melhor atriz, estes ficariam com a dupla que interpretou Harold e Penny (Andy Pandini e Molly Howe). Felizmente o filme arrebatou o merecido prêmio de melhor roteiro. Dirigido por Keith Wright, o filme é uma bela história de amizade, com um início divertidos e algumas cenas hilárias, mas reserva um final triste e trágico - não sei quanto aos meus colegas do juri, mas eu saí com um nó na garganta.


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