domingo, 11 de dezembro de 2011

Diário de Bordo Cinefantasy - Dia 01/12

12 filmes em 3 dias, era o que faltava para terminar. Neste dia, encaramos a ficção científica Kaydara, o grego Frost, o mexicano Los Infectados, o brasileiro A Noite dos Chupacabras, e o inglês brucutu A Day of Violence - então, vamos lá.

Kaydara (França 2011)

Feito por fãs para fãs - o francês Kaydara é ambientado no universo Matrix - Assim como Star Wars, os irmãos Wachowisk deixaram um universo a ser explorado. O filme narra a história de Kaydara, um mercenário, que não acredita na profecia dos humanos sobre "O Escolhido" (aqui o nome Neo não é citado, provavelmente por direitos autorais), e parte em uma missão para matá-lo. Kaydara tem os poderes semelhantes ao do escolhido.  Com efeitos especiais e coreografias de lutas que não deixam nada a desejar para o original, o filme segue entre sequências de ação impressionantes e muita pancadaria - mesmo não sendo páreo para enfrentar o escolhido, Kaydara não desiste de sua missão e encara até o último suspiro, o confronto só termina quando um dos dois estiver morto. Em meio a tantos filmes de horror, Kaydara é uma grata surpresa no festival, e irá impressionar muito aos fãs da trilogia Matrix - e eu arrisco a dizer, que gostei mais deste ao terceiro da trilogia. Ainda deu pra curtir um divertido curta metragem na abertura: Ratrix.


Direção: Raphael Hernandez Savitri Joly-Gonfard.
Elenco: Alexandre Rodriguez, Savitri Joly-Gonfard, Guillaume Bouvete e Florence Rodriguez





Frost (Grecia, 2010)


Filme grego, que narra a história de três universitárias que vão morar em uma casa próximo a faculdade - porém logo ao chegar coisas estranhas começam a ocorrer, a casa parece estar assombrada - os eventos que ocorrem estão ligados a um espelho - que registrou uma tentativa de estupro e um assassinato anos atrás. Infelizmente é o filme mais fraco do festival, e dele não consegui encontrar nenhuma qualidade - os efeitos são ruins, péssimas atuações, roteiro e direção fracos. Filmes com baixo orçamento, não significa que seja ruim, basta esforço, criatividade e competência para cumprir a proposta do filme, o que aqui não foi feito.

Direção: George Pitsakis.
Elenco: Vasiliki Daliska, Eirini Margariti, Nikol Drizi e Takis Moschos




Los Infectados (México, 2010)

Produção mexicana que aborda o tema Zumbis, este que não podia faltar no festival - O filme acompanha Marcos, Claudia, Renato e garotinha Zoe - que estão refugiados em uma montanha, fugindo da infecção, que transforma os humanos em zumbis raivosos. O tema é mais do que batido, mas sempre tem espaço para novas histórias - o diretor tenta dar um tom real no relacionamento entre os personagens - Marcos está a beira da um ataque nervoso, e sua situação piora quando passa a ter que cuidar de Zoe, já que Claudia e Renato foram atacados. O filme levanta a questão moral de sobrevivência, Marcos pensa que Zoe seria um peso, e deixá-la para trás seria um alívio, mas como fazer isso? Suas atitudes fazem o expectador tomar ódio por esse personagem. Salvo pelas boas atuações, o diretor peca por não inovar no tema - e ao usar a câmera muito trêmula. tentando dar um tom real ao filme, acabou por prejudicá-lo por não saber trabalhar com a técnica.

Direção: Alejandro G. Alegre
Elenco: Marcos Duarte, Claudia Nin, Renato de Triana, Zoe Cuellar, Guillermo Jair, Mitzi Elizalde e Manuel Lozann.





A Noite do Chupacabras (Brasil, 2011)


Mangue Negro, foi um filme que fez sucesso nos festivais de filmes fantásticos no Brasil e no mundo, e parece que A Noite do Chupacabras vai trilhar o mesmo caminho. O capixaba Rodrigo Aragão volta as telas com um filme violento e divertido.

Douglas (Joel Caetano), um jovem do interior que tentou a vida na cidade grande, volta para a terra natal com a esposa grávida (Mayra Alarcón). Em casa, o pai está atrás de uma criatura que se alimenta do sangue de suas criações, criatura essa que o resto da família não acredita, pensam que os irmãos da família rival, os Carvalhos, são os responsáveis pelas mortes dos animais. Quando o patriarca aparece morto após sair em caçada a criatura - é o estopim para que a trégua entre as famílias seja quebrada, todo o ódio vem a tona.

Os Silva saem em busca de vingança - e começa então uma matança desenfreada - surge  Ivan Carvalho (Petter Baiestorf), o mais insano dos irmãos Carvalho, sente prazer ao matar, decapitar, xingar tudo quanto é tipo de palavrões, é o grande destaque entre o elenco. No meio desse confrontro, surge a criatura do título, o Chupacabras,  que ataca os personagens desprevenidos - outra figura estranha que surge é Velho do Saco, que aqui aparece como um feiticeiro, na cena mais aterrorizante do longa. No decorrer dos confrontos, Douglas e Ivan, tem que se unir para enfrentar o Chupacabras, com cenas de lutas e ataques bem feitas, estas que se devem a bela performance do ator que interpreta a criatura.

Vale a pena destacar, como Rodrigo aproveita a regionalização para construir os temas e os personagens de seus filmes - aqui, ele destaca brigas familiares por terra, também figuras míticas - lendas urbanas - temas comuns na região. 

Pena que falta espaço no filme, repleto de personagens, para um melhor desenvolvimento de alguns deles, como o Velho do Saco por exemplo - a personagem da atriz Mayara também acaba com pouco espaço, apesar de sua importância na trama. O elenco em si é bem afiado, belas atuações de Walderrama dos Santos como o Chupacabras e Cristian Verardi como o Velho do Saco (este personagem, merecia um filme só pra ele), o já citado Petter Baiestorf, o grandão Fonzo Squizzo como um dos irmãos Carvalho, Joel Caetano como Douglas, entre outros.

Rodrigo Aragão é um faz tudo, além de assinar o roteiro e a direção, ainda é responsável pela maquiagem - talentoso artista plástico, com muita criatividade, consegue construir personagens memoráveis - tanto que o Chupacabra - ganhou o prêmio no festival de Melhor Criatura - méritos de Rodrigo e Walderrama na construção da Criatura.

E que o cinema nacional olhe para diretores como o Rodrigo Aragão, Felipe M. Guerra, Denisson Ramalho - um gênero tão importante para o cinema mundial, merece um apoio melhor, e um reconhecimento do público.

obs: Também tive o prazer o conhecer o diretor Rodrigo Aragão, e alguns dos atores do longa, entre eles Mayra Alarcon, Fonzo Squizzo e Joel Caetano - só tenho a agradecer a toda simpatia e simplicidade desse pessoal.

Direção: Rodrigo Aragão
Elenco: Afonso Abreu, Alzir Vaillant, Cristian Verardi, Eduardo Moraes, Foca Magalhães, Fonzo Squizzo, Hermann Pidner, Joel Caetano, Jorgemar de Oliveira, Kika Oliveira, Markus Konká, Margareth Galvão, Margo Benatti, Mayra Alarcón, Milena Zacché, Petter Baiestorf, Raul Lorza, Ricardo Araújo e Walderrama dos Santos.







A Day of Violence (Reino Unido, 2010)

Filme inglês brucutu sobre um capanga que durante um serviço vê a oportunidade de ganhar um bom dinheiro e se livrar do seu chefe. Mas a história se complica, quando começa a trabalhar para um novo traficante, que estava envolvido com o dinheiro que ele roubou. Não é a toa que A Day of Violence foi o vencedor de melhor maquiagem/efeito - a história é brutal, e para retratar isso o diretor mandou ver na violência gráfica nas cenas de torturas, espancamentos, mutilações, degolas - daquelas cenas que você vira a cara para não ver. O problema do filme é quando descamba para a ação, cenas de tiroteio que fariam Dolph Lundgren (ator favorito do Perrone) corar de vergonha, além de atuações canastronas - o roteiro vai até bem, até revelar os motivos pelo quais levaram o protagonista a roubar - pena que se estende demais, e termina aquém do esperado.

Direção: Darren Ward
Elenco: Nick Rendell, Giovanni Lombardo Radice, Christopher Fosh, Tina Barnes, Victor D Thorn, Helena Martin, Steve Humphrey.

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