
A Mulher de Preto é a aposta da nova Hammer, e pode ser considerado uma homenagem a própria produtora - o filme é ambientado na Inglaterra, não sei a época ao exato. Arthur (Daniel Radcliffe) é um advogado que, guarda uma profunda tristeza devido a morte de sua esposa, e cria sozinho seu filho. A firma onde ele trabalha, mesmo sabendo de sua condição, o pressiona a produzir mais, e dá a ele uma última chance - organizar a papelada para a venda de uma mansão em um pequeno vilarejo. Ao chegar, os nativos locais, não o recebem bem, entre eles o advogado local, que lhe entrega alguns papéis, e quer logo despachá-lo de volta a Londres, sem entender, Arthur vai a mansão, que fica isolada do vilarejo em busca de respostas, e lá vê pela primeira vez, A Mulher de Preto.


O diretor James Watkins, tem um currículo bacana, dirigiu o sensacional Eden Lake, além de assinar o roteiro de O Olho Que Tudo Vê e Abismo do Medo 2 - é um cara que merece atenção, infelizmente aqui nesta produção, ele tem seus escorregões - peca por exemplo, por mostrar em exagero os bonecos da casa, mesmo sendo aterrorizantes, essas cenas acabam por serem repetitivas - Deixa a desejar também no final, faltou um pouco de inspiração e criatividade; o fantasma da mulher de preto quando revelado, é decepcionante, era mais interessante quando víamos apenas seu vulto e suas sombras na casa.
Todas as atenções da mídia estavam voltadas para Daniel Radcliffe, que faz uma aposta certa ao escolher o papel de uma produção de terror, do que protagonizar um blockbuster em Hollywood - ele deixa pra traz os trejeitos adolescentes da saga Harry Potter e encara um papel adulto, atua bem, dentro do que o roteiro proporciona, só deixa a desejar na sequência final, que exigia um pouco mais de empenho e emoção do jovem ator, mas é outro cara que tem um futuro promissor pela frente. O resto do elenco é competente em suas atuações.
A Mulher de Preto não será um novo clássico da Hammer, mas o resultado final, apesar dos tropeços é satisfatório, é terror bem produzido e respeita o gênero. A Hammer pode e ainda vai fazer muito pelo cinema de horror. Que este filme fique de exemplo para a produtora, que ela saiba aproveitar os acertos e reconhecer os erros para os trabalhos futuros.
Dirigido por James Watkins
Escrito por Susan Hill (novela) e Jane Goldman (roteiro)
Estrelado por Daniel Radcliffe, Janet McTeer e Ciarán Hinds